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30-04-2009

sim, és...

Tu és bonita e tu sabes
Tanto sabes que o és
Que te passeias em bicos de pés
Todos os dias nas horas da tarde

Já quando o fogo te arde
É se a luz dos olhos dos homens
Te encandeiam de frente
E se as janelas se abrem
Quando passas na rua
E se tu passas e olham,
Tu olhas ausente.

Mas ciente da beleza que és.

E se na volta me passas de novo à frente da vista,
Eu não sei já dizer com clareza as coisas todas
Que fazem de ti a mais bela, tão grande é a lista.

21-03-2009

"valsa quase antidepressiva", quinteto tati

"Dança comigo a primeira valsa da Primavera: dança sem sonhos, esquece as promessas, ninguém nos espera.

Já enchi os dias de lutas vazias: estou gasto, cansado, dormente. E a um pouco de sexo, ou muita poesia, ainda não fico indiferente.

Fala comigo na palavra falsa da fantasia: chovem amigos na festa da praça do meio dia. É certo que as flores parecem maiores que toda a virtude do mundo: com um pouco de sexo, ou muita poesia, ainda me sinto profundo.

Se este mundo fosse feito para ser doce eu seria doce fosse eu quem fosse.

Foge comigo na última volta da maratona, nada comigo num lago indeciso de metadona. Já deixei as asas na cave da casa e as chaves no fundo do mar: com um pouco de sexo, ou muita poesia, ainda nos vamos casar."


podcast


letra - JP Simões
música - Sérgio Costa

As Tuas Mãos...

.

o nosso

Endireita-me os ossos, amor, que eu assim não sei andar.
Tapa-me a vista para o que fazes sem mim.
Enrola-me o corpo e sinto o teu cheiro.
Afaga-me o cabelo e assim consiga dormir.
Embrulha-me bem e dá-me de presente uma coisa qualquer.
Faz de mulher e eu de teu homem.
Olha-me nos olhos de longe e diz-me que o fazes.
Por mim...

16-03-2009

saudade [...]

Sentirás como eu a saudade? Desta forma tão forte que às vezes me mata.
Não sei se pergunte ou se deixe ficar só assim.
Afinal sempre fomos deixando e assim até hoje tornamos a sentir a saudade.
E a matá-la, de vez em quando…

31-01-2009

rua habitada

Tropecei numa ou duas pedras na estrada
Resvalei depois naquele muro pintado
As janelas da casa ao lado davam para a rua,
Essa rua era habitada

Mas tu, nua, caminhavas em frente
Ainda assim, eu contente – e vestido
Voltava a tropeçar – e a cair

E ao fim da tarde, já tarde, depois de o sol abalar,
Eu voltava a subir

E na noite em que foste muito mais que uma noite,
Quiseste também ser até hoje a rua habitada
E o muro pintado e a casa e as janelas da casa
E também uma ou duas pedras no chão.

12-01-2009

absynthe minded - my heroics, part one



chama-me nostálgico...

24-11-2008

[...]

Old Jerusalem - Her Scarf


música - old jerusalem (francisco silva)
videoclip - pedro lino

[...]

Viam-se bandeiras pregadas às hastes e o vento a bater-lhes de frente. O dia era feio mas cinzento, chuvoso e bonito de frio e de luz. Quase não se dava pelo zumbido de alguém lá atrás que chorava. Ouviam-se orquestras inteiras e o silêncio depois. Eu senti uma voz a claudicar no piano com um dedo, numa frequência irritante e constante, que dizia que a partir de agora e para sempre tocaria com o dedo naquele piano… todos os dias, de hora em hora, para sempre! Jamais te irias livrar daquele afeiçoamento. E com as horas chegava o som dos teus olhos a olhar para os meus. Tu e eu e a gente a passar em debandada juntamente com o tempo. E o tempo a ficar para sempre parado em instantes tão longos que eu juro ter visto o meu fim…

18-10-2008

rasgo

Escrevendo palavras
Rasgando ideias
Apagando palavras

Movendo palavras
Tocando pessoas
Roendo palavras
Comendo-lhe os órgãos

Ouvindo palavras
Abrindo janelas
Cantando palavras
Escrevendo canções
Apagando palavras

Rasgando ideias
Cosendo palavras
Rasgando palavras
Escrevendo cidades
Rasgando pessoas
Escrevendo outra vez

Rasgando os tecidos
Pisando os sonhos
Com medo dos sonhos
Temendo pessoas
Rasgando-me a mim
Escrevendo-me em mim
Rasgando-me em mim