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15-03-2010

vestida

Por que voltas encontraste esta rua, se na praça não me viste pintado. E tu, nua, para mim... O teu corpo é de um dia lá longe. E uma cama para nós, nessa rua. É de calma que faço esta espera e é de espera que é feita esta luta... E à janela, que dá para a rua, tu estás. Mas vestida. De azul. Até já...

10-03-2010

vejo

Talvez seja um devaneio romântico e sem sentido, mas eu vejo-te junto a mim e nós os dois sentados atrás dum monte, junto ao mar. E o mar por baixo de nós e nós por baixo do céu cinzento e o frio a enregelar-nos o corpo e as almas quentes. E os olhos a olhar-nos os dois. Sozinhos. E as mãos a tocarem-se, uma à outra, agarradas. E mais tarde, os corpos deitados. Eu vejo-nos deitados, os dois na mesma cama onde havemos de dormir para sempre. Vejo isto e muito mais contigo. Não sei onde.