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24-10-2007

duas almofadas

Coloco outra vez duas almofadas na cama
Para alguém que não dorme tão cedo
- ou de vez em quando madruga -
Duas almofadas são coisas de mais neste quarto para três que o aluga

Não te chamo acordado e mantenho tudo ao contrário
Mas as peças as mesmas cá estão. Tudo intacto no espaço
E a casa é minha como dantes. Não vês?

As estantes e os livros a meio e as fotos tiradas
Pregadas ainda p’ra sempre ao placar

Tudo à espera dum salto ou de novo de um velho fitar

Duma noite findada, ou de um dia a acabar
De uma outra almofada ou lençol feito em seda da seiva
Do linho da planta dessa tua tez

Do colchão sem um estrado e a estrada no chão
Ou o teu corpo outra vez

De uma velha canção e a mão bem cerrada ou uma voz não calada
De uma nova alvorada nas trevas e do zero voltar a sonhar só com nada…

Tudo isto, ou de novo o teu corpo a chamar!

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