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17-07-2010

não conto

Conta comigo que eu conto de três até dez. Soma um aspecto e a duas cabeças, aperta-me a mão que eu aperto-te os sonhos, até deles nada restar a não ser o que deles fizeres. Agora, abraça-me. Com força e sem medo das palavras, que ninguém te vai ouvir. E se ouvirem, não ligues. O que importa que saibam o que dizes, se o que dizes é do fundo da tua existência? Ninguém te vai ouvir. Leva-me contigo ao mar e do mar saíremos os dois para um lado qualquer desta vida. Enroscar-me-ia no teu corpo até nunca acordar. Sinto que o teu corpo é sítio onde dormiria bem para sempre.

não sinto

não sinto um ar da madrugada. não sinto nada.

não sinto que sinta uma luz a queimar ou um ponto na luz da escuridão cerrada.

não vejo que veja tudo bem comigo. não sinto. não vejo nada.

não sinto que venha mal algum ao mundo por isso, ou por isto, por aquilo. por nada.

errado. só sinto. só minto. só vejo. e vejo o que quero quando acordo assim.

e para aí virado.

não vejo que sinta que minta ou que queira dizer mais nada.

mas calo-me quando escrever que sinto - já calmo e certeiro - o ar.

da madrugada.

não sei

quando não sei lidar com a felicidade, abro um grande buraco que me suga tudo. depois, volto a tapar o buraco e construo-lhe em cima um monte de entulho. passado algum tempo, queimo o monte de entulho. e vou para outro lugar.

01-07-2010

não sei se é da tua pele

Mas sei que as palavras não me saem ao ritmo de antes.