13-11-2006
ao certo
Ao certo não sei que escrever
Certamente não sei acertar
Nem sei se é certo pensar
O que é certo – isso eu sei – é que penso
Enquanto penso e repenso,
À minha frente desfaz-se
O repasto da vida
E sobre a mesa estendida
Está uma toalha em retalhos
E essa mesa só sente
O deprimente sabor a amargo
Das coisas certamente pensadas
Pesadas e mais que incertamente sentidas
E bem consumidas.
Mastigadas, em sumo, cantadas.
Em pratos, percalços partidos
Repartidos em partes, os pensamentos reparto
E estruturo em pedaços os restos do farto repasto.
Mudo, por fim, as linhas do meu pensamento
O sentido incerto do que acerto no lento
Percurso coisas.
Mas há coisas que certas existam
Certamente não sei acertá-las
E só penso encaixá-las,
Quer queriam, quer não,
Quer persistam…
19:55 | Permalink | Comentários (0)
The comments are closed.