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31-12-2010

hin.

mesmo sem inspiração eu escrevo. e digo o que penso. que é vago. que é nada. que é som de trovoada e lampejo e de respiração e de som do que vejo. que penso e repenso e que acordo e que um dia num novo ano me acorde e recorde de sempre e do tudo que é longe. que é de uma vez e de um dia só ir e ficar para sempre para lá. para perto daquilo que eu sei que um dia será o que um dia me fará feliz.

07-12-2010

pedra 2.

A pedra que tenho na mão é para matar. É para matar uma coisa que me mata. Que é a minha solidão, que me enerva. Que é eu saber que para sempre sentirei a solidão. E este não doce acordar todos os dias. A solidão nocturna. A solidão dos dias à tarde. A solidão da manhã. A solidão da madrugada. É o saber que só eu sozinho não me chego, mas a solidão ser-me mais forte e querer-me para sempre assim. Sozinho. Comigo só. Mas ela hoje vai morrer. Porque eu vou matar a solidão. E com o seu sangue escreverei o teu nome no chão. Ou não. Talvez hoje ainda não... Mas um dia. Eu vou matar a solidão.

01-12-2010

dez

E eu continuo a deixar que as coisas me caiam à frente dos olhos. Se partam, se desmoronem e se levantem de novo. Se cantem e encantem e se enterrem debaixo do vento e da luz das minhas manhãs não cinzentas. Eu deixo. Aos anos que eu deixo e que eu ergo as paredes entre mim e as coisas que me caem à frente dos olhos. Aos anos de vida que eu penso que quando é que eu acordo e derrubo as paredes entre mim e as coisas. As coisas que caem. Que me caem à frente dos olhos. E eu construo uma estrada. E da estrada só sei onde esta começa e onde esta acaba. Do caminho e dos carros e das curvas da estrada, eu não sei nada. E não sei desta estrada, absolutamente mais nada.