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20-02-2010

coisas pequeninas

É agora que vejo lá longe a tua mão sobre a minha e os dois corpos sentados numa pedra de muro ancestral. Uma história resumida num papel completamente queimado. E um cigarro e um carro. E um sonho. E os dias todos e as noites. Já foste. E o teu quarto, o teu cheiro e o cheiro do quarto. E a cidade que eras. Quando sentia a cidade sem ti, o sabor era estranho. Desconfortavel e frio, de ausência. Eu nunca fui a cidade sem ti. Nem os prédios, nem as ruas, nem o parque e o sol. Nunca o foram sem ti... E as canções. As músicas todas e um filme. E o sabor do teu corpo pequeno. E hoje ainda não consigo dar o teu nome a este texto pequeno. Feito de coisas pequeninas.

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