29-12-2009
.há.muito.tempo.
até sempre é uma serpente.
enrolada ao meu pendente.
pescoço de homem cego.
e o medo é uma coragem parecida.
à viagem que eu temo sem pavor.
uma dor parecida a esta,
só aquela que me resta do Amor.
breve rasgo de emoção,
sentirei na tua mão,
se um dia te encontrar.
encostada a uma paragem,
como que a pedir viagem.
que faremos na serpente.
enrolada ao meu pescoço.
soube hoje de repente.
de deitado em minha cama.
duma lança já espetada.
no meu peito.
e eu feito. corpo morto.
já de cego e todo torto.
esquecido e enrugado.
encharcado em ilusões.
abraçarei melhor mulher.
se à janela ela vier,
dizer-me coisas a respeito
de tudo aquilo que eu já sei.
é uma merda, a consciência.
se é fodida essa insistência
e a certeza das palavras.
é um saber. é um esperavas.
e eu não espero.
encontrei-te.
há muito tempo.
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