Ok

By continuing your visit to this site, you accept the use of cookies. These ensure the smooth running of our services. Learn more.

28-06-2009

chuva

"embora lave o medo que há do fim... a chuva apaga o fogo que há em mim"

25-06-2009

insónia VI

O carpinteiro passa o dia inteiro a serrar. E o lobo do mar. E um carneiro. Há mais carpinteiros no mar por metro quadrado que na cidade, à vontade. São três da tarde e 43º ao sol em Lisboa. Um dia abrasador e um calor que quase arde a madeira das escadas da casa arrendada de tia Rameira. Na casa que arde é peneira toda a prata na perede do quarto de Marta. Ao pescoço, Maria e Jesus. Conta-me uma história. "Viste ontém..." Eu só voltarei se o dia acabar. Hoje o tempo não vai já mudar... Temos tempo.

insónia V

Apaga então as palavras que te embaraçam os actos. Esconde-te atrás do papel se não tens a força para abrir a janela. Mas nunca te esqueças que aqui jaz uma vida.

insónia IV

Rouco é pouco.

E pouco cansado

Ponho a mala de lado

E não durmo... De noite.

Longe. Ou perto

(não sei as distâncias)

Conflito armado

De gente nas ruas

A causa. Sabemos lá nós.

A TV não deixa dizer-nos.

As lentes só nos toldam a vista.

E a pista, procuremo-la nós.

Com a mala de lado.

Não durmamos.

Fiquemos acordados!

insónia III

não sei se é solidão.

É diário. E de dia.

Não durmo. A cabeça já pesa.

E eu só penso acordado.

 

Não me empurres de novo com força.

Não me puxes a força de novo.

Já não sou.

Não me embales à força.

 

Encontramo-nos tal combinado.

Eu. Trocado.

Abastece-te bem.

E depois, como eu quero: Vem!

insónia II

Se a Verdade desse de caras comigo neste momento

eu sei que era através de roupa estendida à janela.

Longe de mim tal vontade. É verdade.

A Mentira é uma longa conversa.

O serão é só meia verdade.

E, à vontade, passaram-se as coisas.

Ruga. E a noite outra vez.

Sou só eu. Não. Faz só...

Um e Dois. Três estendais.

Humidade.

Apanhamos a roupa à idade.

É verdade...

insónia I

Se fosseis todos imprecisão não precisaveis dos dias para saírdes desta prisão.

Eu não, eu sou impreciso. e Narciso também.

E há alguém, como eu, no caminho de terra para lá da ladeira.

Olha o pasto. Olha bem o rebanho que se embala na brisa da tarde (quase noite) no campo.

Terão estas ovelhas alguma preocupação? Ou serão feitas também de imprecisão? Nem todas.

Eu não. Eu sou todo impreciso.

Tal como o caminho.

E tu. Vens?

___

entre linhas e mais palavras descobri o fundo imenso da minha apreensão. enrugou-se-me a pele de tão pouco sentir o que quer que fosse. e a tosse agudizou-se também. cansei o meu corpo e a força do que dizia já não tinha força nenhuma. não sei ao certo tecer boas ideias mas a teoria encontra-se aqui. falta-me olhar para trás, do alto destes 25 e ter a certeza que Sei. porque entre linhas e mais palavras eu já não tenho a certeza de nada.

11-06-2009

vem

Vem.

Porque de longe te vejo a vir como quem não quer.

Porque te quero a vir sem porquês.

Porque ao vires eu venho também até nós

E vimos os dois talvez mais que uma vez.