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22-12-2006

aos animais

Não basta ver que os matamos
Castramos-lhe ainda a imaginação
Ao querê-los sem sentidos
Nada de aspectos cognitivos
E suavemente repartimos,
Aos bocados, à facada,
Os lamentos da manada

Na chacina degustamos
O pobre bicho adorável
E pese embora a solidariedade
Que por vezes praticamos.
O sabor é agradável

É de mais, achá-los giros
Não há mais. Sem mais
Só eu e tu e os animais
Que os enjeitemos
E ao comermos, enjoemos
Nada de dor lhe infligiremos

Porém é bela a humanidade
Que há na domesticação
E quando um nos afeiçoa
Até gostamos, mas por pouco
Arranjamos logo outro
Que o suplante

Para mal dos meus pecados
Sou só mais um nesta selva
Somos todos… Anormais
Perfeitamente usuais
Mas humanos, convenhamos
Somos nós os Animais

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