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25-02-2006

frio

Embrulhaste-me no lençol e protegeste-me do frio. Eu não forcei a saída do manto quente que era o teu leito. Tapado com tal azul morno no corpo, fui-me deixando ficar e amoleci ao teu lado por sobre o que és. A tua perna escorregou de entre a minha e fez tal estrondo no chão do quarto que ainda hoje sinto o abalo no prédio sempre que saio pela porta pequena.
De súbito o frio. Destapaste-me com a força de quem não se quer deixar ficar. Desembrulhaste-me da imensidão que era o Teu e o Nosso. E voltaste a tapar-me. Não com tanto querer, já nem me protegeste desta vez. Mas acalentaste mais uma vez o gelo que já era o meu corpo.
Destapa-me de uma vez para a vida... ou abriga-me do frio para sempre.

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